"Eu quisera nascer num país em que o soberano e o povo só pudessem ter o mesmo interesse afim de que todos os movimentos da máquina tendessem sempre unicamente à felicidade comum".

Jean-Jacques Rousseau.

terça-feira, 12 de junho de 2012

E eu que pensei ter lido em algum lugar que a ditadura no Brasil acabou em 1985.

A ditadura do politicamente correto tem se entranhado em nossa vida/espaço individual sem pedir ou levar em consideração o que pensamos a respeito. Um jovem de 16 ou 17 anos pode votar, pode escolher um político que pode ferrar de quatro a oito anos (no caso de um senador) as políticas públicas. Porém, o Estado considera que ele ainda é inconsciente a respeito do que considera relevante ao seu convívio, como por exemplo, tomar uma cerveja. Incoerente não é? O estado entende que um pai não pode dar uma palmada para repreender seu filho diante de uma atitude desonesta. Entretanto, o mesmo Estado não trata de arcar com educação desta mesma criança caso no futuro ela venha a ser tornar um delinqüente. As pessoas ficaram proibidas de fumar em determinados locais.
 Certo dia um professor me alertava sobre a perda de direitos individuais – “qualquer perda de direitos é um grave prejuízo. Lembre-se que eles levaram anos ou até mesmo séculos para serem alcançados”. Não é necessário ser um especialista em direito ou qualquer outra área afim para entender que os direitos individuais de que desfrutamos (desfrutávamos) foi construído sob o custo de um incontável número de vidas e revoluções no passado.  Não se pode fazer uma piada com o negro, o português, o homossexual ou grávida que tudo pode ser convertido em uma ação judicial. A quem isso tem servido? A população? Eu entendo que não.
O que temos assistido de braços cruzados é uma ditadura sendo articulada por meio de leis que não são levadas a discussão pública. Não defendo a ideia de que as pessoas ou grupos devem ser discriminados por suas opções diversas. O que defendo é que não somos obrigados a aceitar tais situações sem poder opinar a respeito delas. Onde esta aquela parte do “é garantido a todo cidadão o direito de liberdade de expressão [...]”? Este direito também inclui aquilo que não gostamos de ouvir. O papel do Estado é garantir educação, saúde, transporte, segurança, emprego e todos com qualidade. É só isso! Quem decide o que pensamos, falamos ou gostamos somos nós mesmos. Caso contrário, no futuro seremos verdadeiros androides que nos comportaremos conforme o programa instalado em nossa placa mãe.

Como diria Jean-Paul Sartre: "o inferno são os outros".

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