E eu que pensei ter lido em algum lugar que a ditadura no Brasil acabou
em 1985.
A ditadura do politicamente correto tem se
entranhado em nossa vida/espaço individual sem pedir ou levar em consideração o
que pensamos a respeito. Um jovem de 16 ou 17 anos pode votar, pode escolher um
político que pode ferrar de quatro a oito anos (no caso de um senador) as
políticas públicas. Porém, o Estado considera que ele ainda é inconsciente a
respeito do que considera relevante ao seu convívio, como por exemplo, tomar
uma cerveja. Incoerente não é? O estado entende que um pai não pode dar uma
palmada para repreender seu filho diante de uma atitude desonesta. Entretanto,
o mesmo Estado não trata de arcar com educação desta mesma criança caso no
futuro ela venha a ser tornar um delinqüente. As pessoas ficaram proibidas de
fumar em determinados locais.
Certo dia um
professor me alertava sobre a perda de direitos individuais – “qualquer perda
de direitos é um grave prejuízo. Lembre-se que eles levaram anos ou até mesmo
séculos para serem alcançados”. Não é necessário ser um especialista em direito
ou qualquer outra área afim para entender que os direitos individuais de que desfrutamos
(desfrutávamos) foi construído sob o custo de um incontável número de vidas e
revoluções no passado. Não se pode fazer
uma piada com o negro, o português, o homossexual ou grávida que tudo pode ser
convertido em uma ação judicial. A quem isso tem servido? A população? Eu
entendo que não.
O que temos assistido de braços cruzados é uma
ditadura sendo articulada por meio de leis que não são levadas a discussão pública.
Não defendo a ideia de que as pessoas ou grupos devem ser discriminados por
suas opções diversas. O que defendo é que não somos obrigados a aceitar tais
situações sem poder opinar a respeito delas. Onde esta aquela parte do “é
garantido a todo cidadão o direito de liberdade de expressão [...]”? Este
direito também inclui aquilo que não gostamos de ouvir. O papel do Estado é
garantir educação, saúde, transporte, segurança, emprego e todos com qualidade.
É só isso! Quem decide o que pensamos, falamos ou gostamos somos nós mesmos. Caso
contrário, no futuro seremos verdadeiros androides que nos comportaremos
conforme o programa instalado em nossa placa mãe.
Como diria Jean-Paul Sartre: "o inferno são os outros".
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