"Eu quisera nascer num país em que o soberano e o povo só pudessem ter o mesmo interesse afim de que todos os movimentos da máquina tendessem sempre unicamente à felicidade comum".

Jean-Jacques Rousseau.

sábado, 3 de março de 2012

A escola de hoje e os cidadãos de amanhã.

                   Sabemos que o ambiente escolar de hoje é extremamente exaustivo. Não pense que no passado as coisas foram diferentes. Aliás, esse é um dos principais motivos pelos quais a escola ainda é um ambiente que promove muito pouco prazer aos educandos. O modelo de organização escola é ainda bastante parecido com utilizado pelos jesuítas no Brasil. Nele o educador, supostamente entendido como dominador do conhecimento, ministra aulas sobre variados temas diante de seus ouvintes.
            Em nosso cotidiano, são vários os fatores que podemos destacar como motivadores do desgaste no ambiente escolar. Eles vão desde organizações tradicionais do espaço físico até o autoritarismo exercido pela imensa maioria dos educadores. Acredito serem condições como estas que levaram o filósofo francês Michel Foucault a colocar a instituição escola no rol do que ele chamou de “entidades de sequestro”. Entretanto, vale ressaltar um ponto bastante muito pouco ainda observado pela escola. O educador de hoje não é mais o único detentor do conhecimento como ocorria em tempos atrás. Com a popularização da internet a cerca de dez anos atrás, o acesso a informação foi facilitado. O jovem de hoje é um individuo caracterizado pelo acesso a todo tipo de informação, inclusive confidenciais. Além disso, este educando é extremamente marcado pela influência dos meios de comunicação e, consequentemente, pelo desejo do que é novo.
            Algo muito importante que também sabemos é que este jovem de hoje possui uma característica muito pouco encontrada nas gerações anteriores, a vontade de liderança, de ser atuante; a busca por reconhecimento em seu entorno. Por que então a escola ainda não conseguiu associar a necessidade de cumprir sua função (transmitir os valores necessários para o convívio social) ao espírito de atuação presente nesta juventude? Insistir num modelo que pouco ainda promove o prazer pela curiosidade me parece uma luta desleal.   Nos dias de hoje, diante de minhas dúvidas “penso, logo clico”. O que pretendo dizer é que basta um simples clique e posso ler o que eu quiser a qualquer momento. Permitam-me pontuar. Não busco em momento algum  parecer descrente na educação ou ainda, diminuir a importância da escola no processo de formação dos cidadãos, muito pelo contrário. O que busco sustentar até aqui é a necessidade de fazer com que o ambiente escolar promova prazer pelo aprendizado ao educando e, para isso, é preciso adequá-lo às necessidades emergentes de uma sociedade  efêmera.  
            Ao que me parece até aqui nosso sistema escolar, ineficiente, diga-se de passagem, insiste em reproduzir valores típicos de um sistema onde não importa o que você pense ou como se comporte. O importante é que você tenha um emprego, tenha uma família, compre uma casa, vá as compras e, talvez a parte mais importante, garanta que seus filhos façam as mesmas coisas.


Alison Nunes.

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