O trânsito de uma cidade elogiada.

São José do Rio Preto já foi e continua a ser elogiada em vários aspectos. Basta nos lembrarmos de sua referência no campo da medicina, não só no Brasil. Lembremos ainda de uma emergente juventude que vem resgatando seu papel de cidadão e atuação política. Entretanto, um ponto em Rio Preto tem apresentado serias dificuldades para acompanhar os desenvolvimentos da cidade. Refiro-me ao trânsito cada vez mais estúpido. Associado ao inchaço de veículos pelas ruas de Rio Preto enfrentamos também o despreparo e, em inúmeros casos, o desconhecimento por parte do cidadão sobre o termo ética no trânsito. Muitas das pessoas que visitam Rio Preto ficam admiradas pela organização do comércio, iluminação, pontos de lazer, etc.. Porém, paralelo aos elogios sempre escutamos frases do gênero "as pessoas são muito mal educadas no trânsito". É muito comum nos depararmos com pessoas avançando o sinal sobre pedestres, motociclistas ultrapassando pela direita, sem contar os "playboys" que transitam em alta velocidade e quase sempre sob o efeito de bebidas alcoólicas. Um dia destes, voltando do supermercado, atravessando o pedestre encontrava-se uma senhora, bem idosa diga-se de passagem, foi quando um veículo avançou o sinal sobre nós e ainda se achou no direito de agredir verbalmente as pessoas que ali transitavam. Além de questões como estas, podemos deixar de ressaltar o uso constante de telefones celulares ao dirigir por parte dos riopretenses. Não há um dia se quer que não nos deparamos com inúmeros motoristas falando ao celular enquanto dirigem. Já está mais que provado que o cidadão brasileiro não possuiu nenhuma pré-disposição a agir de maneira ética. Em outras palavras, pretendo dizer que no Brasil as coisas só funcionam quando há prejuízo econômico ao cidadão. Isso significa que não há rigor em relação a fiscalização no trânsito de Rio Preto. Cada vez mais, vejo mães e pais buscando seus filhos nas escolas com crianças com menos de dez anos no banco de trás e, como se não bastasse, falando ao celular. Só para efeito de ilustração, no Brasil cerca de 1.200 crianças morrem por ano vítimas de atitudes como estas (dados da ABETRAN). Isso pra nem falarmos na questão da Lei Seca que não funciona na cidade. Aliás, o único lugar em que essa lei funciona no Brasil é na cidade do Rio de Janeiro, onde não há como escapar das blitz na orla da cidade. Em 2007 foram divulgados dados pelo portal R7 da rede Record de televisão onde consta que o trânsito riopretense é o que mais matou naquele ano no estado se São Paulo superando o trânsito da grande São Paulo. Estes dados confirmam ainda que 4.119 pessoas morreram somente no segundo trimestre de 2010 - dados da ABRAMET. É urgente uma nova postura no trânsito da cidade que já foi apontada como 3ª melhor em qualidade de vida do Estado de São Paulo. Com certeza, os dados em relação ao trânsito de Rio Preto na época deste mérito eram bem inferiores aos atuais. 

 Alison Nunes.